'Eu só queria assustar', diz estudante que atropelou duas colegas no Amapá
11/10/2025
(Foto: Reprodução) Motorista atropela duas mulheres e foge sem prestar socorro em Macapá
A estudante Yandra Ebonnie de Souza dos Santos, de 29 anos, falou pela primeira vez sobre o episódio em que atropelou duas colegas de turma na Avenida José Tupinambá, no bairro Julião Ramos. O caso ocorreu na última quinta-feira (9) e foi registrado por câmeras de segurança.
Em entrevista ao g1 neste sábado (11), por videochamada e na presença de três advogados — ela disse em sua defesa que o ato foi resultado de perseguições e sobrecarga emocional.
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“Eu já vinha sofrendo ameaças e provocações desde o fim do relacionamento da Dayane. Não sei por que ela me envolveu nisso. A Stephany também passou a me atacar, mesmo sem termos tido problemas antes", disse Yandra.
Yandra deu depoimento por meio de videochamada
Francisco Pinheiro/g1
Yandra nega que tenha tentado matar as colegas. Ela também se defende das acusações de injúria racial feitas pelas vítimas.
“Não pensei em matar ninguém. Eu estava sem meus filhos, cansada, sobrecarregada. Foi um momento de rompimento. Eu só queria assustar, mas perdi o controle do veículo [...] Em nenhum momento ofendi ninguém com palavras racistas. Registrei boletim de ocorrência pelas ameaças e pelas acusações contra mim ", relatou.
Yandra deu depoimento por meio de videochamada na presença de três advogados
Francisco Pinheiro/g1
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Ela alegou ainda que está disposta a contribuir com a Justiça e irá se apresentar na delegacia quando seu companheiro e pai de seus filhos — que mora na Guiana Francesa e é o proprietário do veículo envolvido no caso — chegar ao Amapá.
Segundo ela, os conflitos começaram após o rompimento de uma amizade com outra colega.
“Não houve briga. Apenas nos afastamos. Mas depois disso, começaram as perseguições. Eu não entendo o motivo", explicou.
Atropelamento aconteceu na última quinta-feira (9)
Divulgação
Durante o relato, Yandra falou sobre sua rotina como mãe solo e os impactos da sobrecarga emocional. Ela também mencionou que enfrenta uma condição de saúde que afeta seu bem-estar físico e psicológico.
“Eu faço tudo sozinha. Estava tentando construir um futuro para mim e para os meus filhos. Mas cheguei ao meu limite. Estava muito cansada [...] É uma doença que não tem corpo, mas exige tratamento e acompanhamento. Afeta o ritmo da vida e causa picos de estresse. A falta de compreensão sobre isso torna tudo mais difícil”, completou.
Ao final da entrevista, Yandra pediu desculpas pelo ocorrido e disse que esperava que as vítimas estivessem bem.
“Não era minha intenção. Infelizmente aconteceu diante de tanta perseguição. Eu sinto muito por tudo. Se pudesse voltar atrás, tomaria outra decisão", finalizou.
Relembre o caso
Dayane e Sthefany são colegas de turma
Mariana Ferreira/g1
Dayane Moraes, de 19 anos, e Stephany Miranda, de 21 anos foram atropeladas por Yandra enquanto caminhavam em uma avenida, na quinta-feira (9).
O atropelamento foi registrado por câmeras de segurança do local e no momento do acidente, é possível observar que o carro entra na pista contrária e atinge as vítimas por trás.
Segundo elas, o atropelamento foi motivado por uma briga em sala de aula momentos antes. A motorista fugiu sem prestar socorro.
Dayane contou que, no momento do atropelamento, ela e Stephany estavam a caminho da delegacia para denunciar ofensas racistas feitas pela suspeita.
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